MEMBRO EFETIVO
José Marcelo do Espírito Santo, Arquiteto Urbanista pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo-FAUUSP, nasceu em São Paulo (SP) em 13 de fevereiro de 1964, filho de José Geraldo do Espírito Santo e Jovina Spósito do Espírito Santo. É casado com a maranhense Valéria do Nascimento Diniz, Defensora Pública, e pai de Yasmim (15) e Leonardo (11). Entre os vários professores de sua graduação na FAUUSP (1983-1987), teve oportunidade de estudar com profissionais de referência na Arquitetura e Urbanismo brasileiros, como Paulo Mendes da Rocha, Décio Tozzi e Giancarlo Gasperini (projeto), Joaquim Guedes e Cândido Malta Campos Filho (Planejamento Urbano), Miranda Martinelli Magnoli e Sílvio Soares Macedo (Paisagismo), Renina Katz, Maurício Nogueira Lima e Cláudio Tozzi (Programação Visual), Aracy Amaral e Ana Maria Belluzzo (História da Arte) e Carlos Alberto Cerqueira Lemos e Benedito Lima de Toledo (História da Arquitetura), os dois últimos professores referências no panorama bibliográfico patrimonial e preservacionista do país, com os quais estagiou. Após formado e em paralelo com as atividades em seu escritório técnico estabelecido na cidade de São Paulo (associado a arquiteta urbanista Eliane Guaraldo), atuou como repórter especializado no jornal Folha de São Paulo e na revista Arquitetura e Urbanismo-AU (Editora Pini). Neste período produziu textos para os jornais Tribuna do Parque, Folha de São Paulo e Folha da Tarde e para as revistas Projeto, Habite-se e Arquitetura e Urbanismo-AU. Convidado a participar como representante do Caderno Cidades da Folha de São Paulo no 1º Encontro de Meio Ambiente Urbano e Turismo promovido pela Prefeitura de São Luís em junho de 1989 (ano em que se finalizavam as obras de requalificação do Centro Histórico de São Luís, através do Projeto Praia Grande/Reviver), entrou em contato com técnicos da Secretaria Municipal de Urbanismo de São Luís na primeira gestão do Prefeito Jackson Lago, que naquela ocasião organizava uma equipe para a elaboração do segundo Plano Diretor da Cidade e sua respectiva Lei de Zoneamento, Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo. Convidado pelo então Secretário Municipal de Urbanismo (arquiteto urbanista Gustavo Martins Marques) a compor a equipe técnica para a Elaboração da Legislação Urbanística de São Luís, trabalhou como consultor junto a Prefeitura de São Luís a partir de janeiro de 1990. Frutos desse período foram o Plano Diretor de 1992 (e sua Lei Complementar de Zoneamento), a Lei Municipal de Operações Urbanas e vários outros projetos, responsáveis diretos pelo desenvolvimento da Capital maranhense, cujos reflexos estão hoje na ocupação verticalizada de vários bairros da cidade, reduzindo o processo existente, até aquele momento, de crescimento da mancha urbana em direção aos municípios vizinhos de São José de Ribamar e Paço do Lumiar. A troca da cidade natal paulistana pela capital maranhense se estabeleceu definitiva com a aprovação no Concurso Para Ingresso na Carreira do Magistério Superior para a Cadeira de História da Arte, ligada ao Departamento de Artes da Universidade Federal do Maranhão-UFMA, em 1992, onde atua até os dias de hoje. Na Prefeitura de São Luís, além da Consultoria em Planejamento Urbano, ocupou diversos Cargos Comissionados no Instituto de Pesquisa e Planejamento do Município-IPLAM, Secretaria Municipal de Terras, Habitação e Urbanismo-SEMTHURB e, até dezembro de 2020, a Presidência do Instituto da Cidade, Pesquisa e Planejamento Urbano e Rural-INCID, cargo ocupado em duas ocasiões, num total de 19 anos e 5 meses (do total de 30 anos de existência do órgão, comemorado em janeiro de 2023). Durante 30 anos de atividades junto ao Poder Público Municipal trabalhou com todos os Prefeitos, a saber: Jackson Lago (três gestões), Conceição Andrade, Tadeu Palácio (duas gestões), João Castelo e Edivaldo Holanda (duas gestões). Após a eleição de Jackson Lago para Governador do Estado do Maranhão foi convidado e ocupou a Coordenação do Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste-PRODETUR NE, junto a Secretaria de Estado do Turismo-SETUR. Na UFMA ministrou as disciplinas de História da Arte (I, II, III e IV), Museologia, História da Arquitetura Regional e Cultura Material Regional, nos cursos de Licenciatura em Artes Visuais/Educação Artística, Licenciatura em Teatro, Design/ Desenho Industrial, Turismo, Letras e Ciências Imobiliárias, sempre (e ainda hoje), lotado no Departamento de Artes Visuais do Centro de Ciências Humanas-CCH. Atualmente coordena o GEPHAC – Grupo de Estudos e Pesquisas em História da Arte e da Cidade. Especialista pelo VII Curso Superior de Dirección Pública Local Para Gestores Iberoamericanos (Ayuntamiento de Zaragoza e Ebrópolis-Asociación para el Desarrollo Estratégico de Zaragoza y su Área de Influência), realizado em 2004 em Zaragoza (Espanha) e Mestre em Desenvolvimento Urbano e Regional (MDU) no Centro de Conservação Integrada Urbana e Territorial (CECI) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 2007, é Doutorando no Programa de Pós Graduação em História-PPGHIST da Universidade Estadual do Maranhão-UEMA desde o segundo semestre de 2020. Com 35 anos de profissão, tem projetos urbanísticos, de arquitetura civil e de restauro construídos em São Paulo, São Luís, Imperatriz e Caxias. Foi o responsável técnico pelos Planos Diretores de São Luís (1992, 2006 e 2014/2023), Paço do Lumiar, Paulino Neves e Tuntum. Produziu livros e capítulos de livros com temas ligados a História da Arte, da Cidade e da Arquitetura, Patrimônios Artístico e Arquitetônico, além de artigos nos jornais O Imparcial e O Estado do Maranhão. Realizou exposições fotográficas sobre Arte Pública e Arte Cemiterial de São Luís e curadoria em exposições de Artes Visuais no Museu Histórico e Artístico do Maranhão-MHAM, Museu de Artes Visuais-MAV e na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Foi Fundador e primeiro Secretário Geral do Departamento do Maranhão do Instituto de Arquitetos do Brasil-IAB/MA em 1992/1993. Posteriormente ocupou a vice-presidência e, entre 1995 e 1998, ocupou a Presidência. José Marcelo do Espírito Santo tem assento como Conselheiro Federal Titular no Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Maranhão-CAU/MA (gestões 2018-2020 e 2021-2023) e é Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão- -IHGM desde 2007, Titular da Cadeira n. 14, cujo Patrono é o Engenheiro Militar Antônio Bernardino Pereira do Lago. Recebeu o Título de Cidadão de São Luís, da Câmara Municipal, outorgado pelo Decreto Legislativo n. 27, de novembro de 2010. E hoje com a idade de 59 anos, além deste título de cidadania, já possui mais tempo de vida ludovicense do que vida paulistana. O interesse e a justificativa para a candidatura à vaga de Membro Efetivo na Academia Maranhense de Ciências-AMC encontraram, inicialmente, abrigo nas linhas de Conhecimento presentes no Artigo 3º, Parágrafo 2º do Estatuto da Academia: a AMC abrangerá as áreas especializadas de Ciências Sociais e Aplicadas (inciso XIV) e Ciências Humanas (inciso XV), áreas onde atuo na Universidade e no Estado do Maranhão há mais de trinta anos. Vislumbro nas finalidades da AMC os mesmos pontos de equilíbrio buscados ao longo de 35 anos desenvolvendo a Arquitetura e Urbanismo em São Paulo e no Maranhão: o desenvolvimento das ciências, das tecnologias e da inovação, sempre através da produção do conhecimento. Capacitação contínua, acadêmica ou através da prática profissional, fomentando a divulgação desse conhecimento científico para colocá-lo ao alcance da população, através do conhecimento da cidade e da intervenção sobre ela, imbricadas nas atividades de ensino e através de publicações, para que esta mesma população possa utilizá-los nas suas atividades cotidianas em tomadas de decisão que envolvem a família, a comunidade e a sociedade como um todo. Todo o meu percurso, da Universidade de São Paulo-USP até a Universidade Federal do Maranhão-UFMA, foi trilhado na elaboração execução de estudos, pesquisas, diagnósticos, projetos, cursos, seminários, congressos, conferências e publicações relativos ao meu âmbito de atuação: a Arquitetura e Urbanismo (Ciências Sociais Aplicadas) e a pesquisa e o ensino de História da Arte e da Arquitetura (Ciências Humanas). Considero dois os momentos de produção do conhecimento em meu percurso profissional: o período de trabalho em São Paulo e o período de trabalho a partir do meu estabelecimento em São Luís. O aprendizado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP) foi a base, onde tive oportunidade de estagiar de forma diferenciada dos usuais estágios de desenho em escritórios de arquitetura e engenharia. Na FAUUSP, naquele momento referência na América Latina como centro de excelência no ensino da arquitetura, os estágios foram em pesquisa da História da Arquitetura Brasileira e do seu Patrimônio Cultural Material, no Departamento de História e Estética do Projeto, orientado por dois profissionais: Carlos Alberto Cerqueira Lemos e Benedito Lima de Toledo, os principais autores brasileiros que trataram sobre história da arquitetura e da arte integrada ao edifício. O produto desses estágios foi resumido na publicação Catálogo de desenhos de arquitetura da biblioteca da FAU USP, com textos de Benedito Lima de Toledo, Carlos A. C. Lemos, Hugo M. Segawa, José Marcelo do E. Santo e Paulo J. V. Bruna (São Paulo: FAU USP/VITAE, 1988). Nesse trabalho elaborado ainda em 1987 tive oportunidade, ainda como graduando, de escrever lado a lado aos meus professores, sobre o acervo de projetos preservados na instituição. Após a passagem pelo jornal Folha de São Paulo, onde no trabalho diário junto à equipe de reportagem do Caderno Cidades (atual Cotidiano) pude aprender o funcionamento da cidade na prática, onde forças da comunidade atuam conjuntamente com os panoramas político, social, religioso e econômico regional, nacional e internacional, fecho esse período anterior a minha vida no Maranhão com a Menção Honrosa (na Categoria Ensaio) na Premiação Jovens Arquitetos Edição 1993, com o trabalho Palácio das Indústrias: estudo e reapropriação de um espaço paulistano. (Promoção: Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento de São Paulo (IAB-SP) e Museu da Casa Brasileira. Jurados: Arnaldo Martino / Euclides Oliveira / Gilberto Bellezza / Jon Maitrejean/ José Wolf / Marcelo Carvalho Ferraz / Marlene Acayaba / Tito Lívio Frascino / Valter Luiz Caldana Júnior). Este trabalho, fruto do TCC acadêmico, foi utilizado pela arquiteta Lina Bo Bardi (a autora do projeto do MASP) em seu projeto de restauração do Palácio das Indústrias (Parque D.Pedro II, atualmente ocupado pelo Museu de Tecnologia Catavento) para naquela data abrigar a Prefeitura paulistana. Radicado em São Luís do Maranhão desde o dia 26 de dezembro de 1989, a atuação em 31 anos como Consultor e depois Comissionado na Prefeitura da Capital permitiu uma produção que marcou a cidade. O primeiro Projeto Urbanístico resultou no Loteamento São Raimundo (Tejupe, Tibiri 177,83 hectares e 4.151 lotes urbanos) em 1990. Na época, foi um dos maiores empreendimentos habitacionais do Projeto Federal PAIH (Programa de Ação Imediata para a Habitação), no Brasil. Coordenador Técnico dos Planos Diretores de 1992 e 2006, acompanhei a implantação desses instrumentos urbanísticos que alteraram significativamente a paisagem e a vida de São Luís como membro da equipe técnica municipal em todas as gestões, desde o Prefeito Jackson Lago até o Prefeito Edivaldo Holanda em 2020. Ao estabelecer novos usos, novos potenciais construtivos (recuos, gabarito dos prédios e normas de ocupação dos lotes, entre outros) e o reordenamento destes índices pelo território estas peças legais estabeleceram novas dinâmicas urbanas e rurais, numa cidade que tinha seu plano diretor vigente ainda da década de 70. Por atribuição do Prefeito e depois Governador Jackson Lago destaco a Gerência do Projeto da Praça e Memorial Maria Aragão, junto ao Escritório Técnico do arquiteto Oscar Niemeyer e posteriormente (numa passagem como Comissionado no Governo Estadual) a Gerência do Projeto do Museu de Arte Contemporânea do Maranhão-maCma, do mesmo arquiteto brasileiro, obra infelizmente não construída pelas gestões estaduais seguintes. Representando o Prefeito e a Cidade de São Luís participamos na IV Assemblée Générale et V Colloque International de l’Organisation des Villes du Patrimoine Mondiale: L’Inovation dans la Gestion des Villes du Patrimoine Mondiale (Santiago de Compostela/Espanha, outubro de 1999) e na V Assemblée Générale et VI Colloque International de l’Organisation des Villes du Patrimoine Mondiale: Mesures de Prévention et Protection pour les Villes du Patrimoine Mondiale en Cas de Désastres (Puebla/México, outubro de 2001) quando apresentamos o Plano de Gestão para o Centro Histórico de São Luís do Maranhão. Também representando o Prefeito e a Cidade de São Luís, participei do II Encontro Luso-Brasileiro de Patrimônio e Reabilitação Urbana (Prefeitura do Rio de Janeiro e Câmara Municipal de Lisboa, em maio de 2000, Rio de Janeiro/RJ) também apresentando o Plano Municipal de Gestão do Centro Histórico de São Luís do Maranhão) e do II Congreso Internacional Cultura y Desarollo: por el rescate de una ética humanista universal (Ministério de Cultura da República de Cuba, Ciudad de La Habana/Cuba, junho de 2001) Colocando São Luís em destaque no panorama das cidades brasileiras Patrimônio Mundial representamos a cidade no I Encontro de Prefeitos de Cidades Patrimônio Histórico Nacional (Ouro Preto/MG 2001) e no II Encontro de Prefeitos de Cidades Patrimônio Histórico Nacional (Laguna/SC 2002). Estes eventos acabaram por promover uma Visita Técnica de Prefeitos das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial à Havana (promoção da UNESCO e Ministério da Cultura do Brasil) e realizada em Ciudad de La Habana/Cuba, maio de 2002 (onde novamente representamos o Prefeito de São Luís). Seguinte a estes eventos, ocorreu em São Luís o I Encontro de Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial: O Desafio da Revitalização (fevereiro de 2003), no qual foi fundada a Organização de Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial-OCBPM, entidade da qual elaboramos e redigimos o primeiro Estatuto para o Presidente da OCBPM eleito, Tadeu Palácio. Na área de Projetos e Tecnologia de Conservação Patrimonial destaco os projetos de Limpeza, Conservação e Restauro dos Monumentos a Odorico Mendes, Pedra da Memória, Gonçalves Dias, João Lisboa, Benedito Leite, executados entre junho e outubro de 1999. Após estes trabalhos e aproveitando o acervo fotográfico produzido na ocasião, produzi três exposições fotográficas: “A Última Arte” sobre as Esculturas e a Arte Cemiterial presentes no Cemitério do Gavião em junho de 2000 (indicada ao Prêmio Universidade FM daquele ano) e “Arte Pública em São Luís do Maranhão” sobre os monumentos artísticos presentes na cidade, em duas temporadas: set 2001 (DAC UFMA) e out/nov (Shopping São Luís). Destaco entre os diversos trabalhos publicados São Luís: uma leitura da cidade (Prefeitura de São Luís/Instituto da Cidade, 2006), onde fui responsável pela organização, introdução e capítulo 6 (Formação Histórica e o Processo Atual de Desenvolvimento da Cidade) e O Universo de Arthur Azevedo: Catálogo da Exposição em Homenagem a Arthur Azevedo (1908-2008), no Rio de Janeiro (Fundação Biblioteca Nacional, 2008). Além de um dos três responsáveis pela Curadoria da Exposição, fui autor do Capítulo A São Luís de Arthur Azevedo. Também destaco o Capítulo 6 Plano Municipal de Gestão: a revitalização do centro histórico de São Luís no livro Intervenções em centros urbanos: objetivos, estratégias e resultados, de VARGAS, Heliana Comin, CASTILHO, Ana Luísa Howard de (org.), que já está em sua terceira edição (Barueri/SP: Manole, 2009) Para finalizar, e tendo como referência o engenheiro Arthur Jorge Ázar, Patrono da Cadeira que pleiteio na Academia Maranhense de Ciências, que junto com suas atividades profissionais pelo Maranhão nunca deixou o Curso de Engenharia que fundou na UEMA, destaco e homenageio aqui os mais de 3.200 alunos para os quais ministrei aulas na graduação, em disciplinas na UFMA nos Cursos de Artes Visuais, Educação Artística, Teatro, Turismo, Design, Ciências Imobiliárias e Letras. Sempre em sala de aula, em paralelo às atividades de projeto e no Executivo Municipal, foram 35 orientações monográficas e mais de 50 participações em bancas de avaliação de TCC.