Arthur Jorge Àzar

Engenheiro pela escola Politécnica da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em 1957, Arthur Jorge Ázar deve ser lembrado como participante de uma geração que propunha, com suas atividades profissionais e acadêmicas, a modernização de São Luís e do Maranhão. Ao ingressar como Membro Fundador na Cadeira n. 7 (patroneada, pelo professor Mário Martins Meireles) na Academia Maranhense de Ciências, revelou um desejo. Registrou que era “o membro mais idoso da nossa Academia, mas gostaria mesmo de ser o mais novo. Tomara que isto se prolongue por muitos e muitos anos. Seja o que Deus quiser. Amém!”. Após seu falecimento em 2019, passa agora a ser Patrono da Cadeira 51, consolidando seu desejo e transmitindo seu exemplo e experiência na produção do conhecimento para as gerações vindouras. Filho do comerciante José Jorge Ázar e da professora normalista Mahiba Máttar, Arthur Ázar nasceu em São Luís em 20 de abril de 1931. Vivenciou desde sempre a cidade em seu trecho mais pulsante: estudou em estabelecimentos de ensino de referência no Centro Histórico (Jardim de Infância Decroly, Escola Benedito Leite e Liceu Maranhense), morou e trabalhou na Rua Grande durante 65 anos de sua vida, bem ao lado do concorrido Cinema Éden. Marcou o desenvolvimento do Maranhão e de sua Capital. Inicialmente atuando com o irmão também engenheiro Hédel Ázar participou da construção do Estádio Municipal Nhozinho Santos, reformou o Teatro Arthur Azevedo e, projetando arquitetura, hidráulica, elétrica e cálculo estrutural participou da construção de um sem-número de edifícios residenciais, comerciais e industriais, hospitais, estradas, pontes e até hidrelétrica. Casado em 1962 com Anna Elvira, a partir de 1967 estabeleceu sua própria empresa, a Alfa Engenharia Ltda, que até hoje constrói na capital, através de Arthur Filho e Anna Paula, filhos sucessores profissionais que ainda marcam a paisagem da cidade, prolongando sua presença no desenvolvimento de São Luís.

Arthur Ázar sempre dividiu sua atividade profissional no Estado com o trabalho docente. Foi um dos fundadores da Escola de Engenharia do Maranhão (1967/68) e seu segundo Diretor Geral, sucedendo ao primeiro Diretor e também fundador Haroldo Tavares. Respeitado em  suas aulas, ainda hoje é lembrado pelo conteúdo didático transmitido e pela disciplina, por gerações de engenheiros formados pela instituição, que hoje compõe a estrutura da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, onde lecionou até sua aposentadoria. Profissional engajado nas entidades de classe da Engenharia e Arquitetura, foi conselheiro em diferentes gestões do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – CREA e membro destacado na organização do Clube de Engenharia do Maranhão, que desde 1949 congrega engenheiros, agrônomos, geólogos e arquitetos. Arthur Jorge Ázar, Engenheiro e Educador, reuniu em sua vida profissional o pensamento do filósofo John Dewey (1859-1952), onde Ciência sem Educação Superior é como um navio sem bússola, é uma busca cega por conhecimento. Para eles, a Educação Superior é o Farol que orienta o cientista em sua jornada de descobertas.