Galeno Edgar Brandes
Patrono da cadeira de número 50 da Academia Maranhense de Letras, um dos 10 filhos de Florêncio Brandes da Silva e Raimunda Pinheiro Brandes, nasceu em Barra do Corda, no dia 10 de outubro de 1930 e faleceu em 02 de julho de 1994. Casou-se com Alda Lopes Brandes, em 24 de abril de 1954, teve duas filhas (Clície e Aldaléa) e seis netos (Galeno Neto, Delano, Milena, Suelen, Diogo e Bianca). No ensino fundamental estudou nas Escolas Paroquial Pio XI e Frederico Figueira, em Barra do Corda no período de 1936 a 1944.
No ensino médio, fez um curso técnico profissionalizante de arquitetura de nível médio na Escola Técnica Federal do Maranhão, em São Luís, de 1945 a 1953. Fez também alguns cursos de formação complementar e educacional, dentro e fora do estado.
Desde criança foi um grande talento musical, tendo sido aluno da Escola religiosa de Música São Francisco, em Barra do Corda, de 1937 a 1945, mas aprimorou seus dons musicais como aluno interno da Escola Técnica Federal do Maranhão, onde morou por quase 10 anos. As principais músicas de sua autoria foram Fim da Tempestade, Freirinha, Prece, vem comigo amor, Rio Corda, e o Dobrado 23 de setembro, tocado até hoje pela Escola Técnica do Maranhão (IFMA).
Como Poeta fez importantes poemas, com destaque para o poema-prosa “Fim de Ano” (1954), inspirado no nascimento da primeira filha, Clície. Outras poesias de grandes destaques são: Sinfonia da Árvore (1989), Prece (1994) e Alda (1994).
Não se considerava um político profissional, mas foi um político brilhante e exerceu seus mandatos políticos como poucos. Foi vereador aos 32 anos (1962-1965), prefeito aos 35 anos (1966-1970) e Deputado Estadual aos 57 anos (1987-1991). Foi um jovem prefeito de grande visão e atuação, competência e sensibilidade, tendo exercido por convicção um único mandato, em todos os seus cargos políticos. Realizou um programa de alto nível, como prefeito, trabalhando diuturnamente, dentro e fora do estado, obtendo, inclusive, o reconhecimento nacional, como prefeito, quando levou Barra do Corda ao título de Município Modelo do Maranhão, em 1967. São também de sua responsabilidade como prefeito, os principais símbolos de Barra do Corda: Brasão municipal, Bandeira municipal e Hino de Barra do Corda (Letra de Olímpio Cruz e Melodia de Moisés da Providência Araújo).
Como deputado, segundo seus próprios colegas deputados, ele chegou na Assembleia Legislativa como um simples professor, e saiu como um deputado competente e respeitado por todos. Seus discursos eram muito bem-preparados e pautados com moderação, educação, equilíbrio e eloquência. Foi um adversário leal e correto e um partidário fiel aos extremos. Como deputado foi um lutador pelos problemas de sua região, mas não se limitou a isso. Participou dos grandes embates de interesse estadual e regional, sempre de forma marcante e inteligente, com raciocínio rápido e um dom brilhante da palavra. Como reconhecimento a Assembleia Legislativa do Maranhão deu seu nome a um dos auditórios da instituição.
Sua atuação literária e cultural é muito bem reconhecida, até nos dias de hoje. O seu livro “Barra do Corda na história do Maranhão” (edição esgotada) é muito bem citado bibliograficamente, não somente pelos Barra-cordenses, e tem sido uma fonte de pesquisa frequente, tendo sido, inclusive, até recentemente, tema de monografias e Dissertações de mestrado em universidades no Maranhão e fora do estado.
Foi idealizador e o principal fundador da Academia Barra-cordense de Letras – ABCL, tendo deixado a instituição completamente organizada, registrada em cartório após a primeira reunião de fundação em 1992, mas faleceu 4 dias antes da primeira reunião de instalação efetiva da academia. Como reconhecimento, tem sua foto em lugar de destaque, na Acadêmica Barra-cordense de Letras, que o homenageou ainda, dando o seu nome (professor Galeno Edgar Brandes) à Biblioteca da entidade.
Foi idealizador da Casa de Cultura Professor Galeno Edgar Brandes, criada em 17/12/1999, por sua esposa, Alda Lopes Brandes, em sua homenagem, 5 anos após o seu falecimento que ocorreu em 12/07/1994.
Galeno foi um educador nato. Se sentia muito feliz por ser conhecido mais como “Professor Galeno”, pois sua maior atuação foi, sem dúvidas, como educador. Ele foi um dos fundadores do Colégio Nossa Senhora de Fátima (1956), a tradicional escola dos frades de Barra do Corda, onde ele foi também professor e Vice-Diretor, por mais de 25 anos. Foi também professor do Estado, por mais de 20 anos, a partir de 1970.
Ainda como educador, foi o primeiro Delegado regional da Educação do Estado e o Primeiro Diretor Regional da Educação do Estado, a partir de 1972. Neste período, fez vários projetos de melhorias para a Educação regional, criando várias escolas, com destaque para duas escolas em Barra do Corda. São elas: Escola Dom Marcelino (1º Grau) e o Centro de Ensino do Segundo Grau. Em sua homenagem, e após sua morte, foram criadas três escolas públicas com o seu nome em Barra do Corda, municipais e estadual. São elas: (1) Unidade Integrada Professor Galeno Edgar Brandes (Tamarindo); (2) Unidade Integrada Deputado Galeno Edgar Brandes, essas duas, municipais; e (3) Centro de Ensino Professor Galeno Edgar Brandes, uma escola estadual criada por ele mesmo, porém não tinha o seu nome. O Centro de Ensino do Segundo Grau Professor Galeno se transformou em um Complexo Educacional e tem hoje cinco Anexos em cinco Distritos do interior (Anexo I em Ipiranga; Anexo II em Santa Vitória, Anexo III em Agrovila da Boa Sorte e Anexo IV em Leandro e Anexo V em Fernando Falcão.
Como arquiteto de nível médio, fez importantes projetos arquitetônicos e paisagísticos em Barra do Corda, com destaque para a Igreja São Francisco de Assis e a Escola Nossa Senhora de Fátima. Foi grande participante e colaborador da Igreja católica em Barra do Corda, e como tal, foi o principal colaborador no grande evento “Centenário dos Capuchinos no Maranhão – (1894-1994), onde fez um importante trabalho de pesquisa. Ainda como destaque do seu espírito de liderança e competência como gestor, foi Diretor Geral da Assembleia Legislativa do Maranhão, indicado por unanimidade, por todos os deputados da casa, no período de 1991 a 1992.
Mas, existe um lado maior que todos, que foi o seu lado humano. Nonato Silva, o maior intelectual de todos os tempos, como já dizia o professor Galeno, e que não morava em Barra do Corda, falecido em 05/11/2014, escreveu sobre ele, por ocasião do seu falecimento e disse: “Em todos os segmentos sociais, artísticos, técnicos, religiosos e éticos de Barra do Corda, Galeno foi: Um homem de conduta irrepreensível; Um homem de personalidade marcante; um grande líder; um orador brilhante; um homem de grande psicologia e ação no campo sentimental; um mestre perspicaz e ordenado; um ser muito humilde.